terça-feira, 18 de maio de 2010
Lotado
Ônibus coletivo é quase um laboratório.
A senhora acima do peso parecia constrangida pelo espaço que ocupa desde que entrou. Mal havia entrado, ainda em pé, uma outra cedeu lugar para ela sentar-se. Sentada pareceu continuar aparentemente incomodada, ou melhor, desacomodada, face ao visível aperto.
A bolsa da senhora em pé junto a ela quase a açoitava nas curvas sinuosas, sem que esta desse por si e sem que ela a avisasse ou interviesse (poderia ter-se oferecido para carregar a bolsa da senhora, favor comum por aqui com estudantes que levam livros, pessoas que levam sacolas, etc), aceitando os açoites passivamente.
Eu estava de frente para ela, quando percebi que troca de olhares de mais de um segundo é quase um insulto publicamente (quando não se está flertando abertamente, claro). Evitei observá-la tanto quanto pude mas não consegui, daí a foto acima, tirada com o celular disfarçadamente, manipulando-o como se escolhesse as músicas que nele ouvia com meus fones de ouvido.
O que a tiraria daquele desconforto tão grande?, pensei. Antes, o que o causava? Seria apenas o sobrepeso? Ou por baixo daquela camada sobre ela haveria bem mais incômodos mal disfarçados, inimaginados por nós?
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Nomes
Em Jaraguá do Sul (SC) e talvez em todo estado catarinense, as lojas de lavagem de carro se chamam "lavação". Cerca de 1.000 km ao Norte, em Campo Grande (MS), chamamo-las "lava-a-jato". Parece algo bobo, mas referir-se a qualquer um desses termos na localidade errada causa mesmo um ruído na comunicação. Brasil, não; "Brasis".
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Regionalismo universal
Tereré é uma bebida de origem indígena, típica desta região onde moro, próxima à fronteira com o Paraguai, onde também se filosofa.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Acácias de Maputo
As acácias de Maputo são belas, sabia? Saborei-as neste pequeno vídeo que fiz numa das avenidas desta índica cidade:
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Fortaleza
Quando recentemente estive em Fortaleza, lá no norte marítimo do Brasil, comparei a cidade que via de dia em seu buliçoso ar e o mundo das favelas que vi apenas uma vez de noite (vive em favela um em cada três habitantes da cidade, há cerca de 700 favelas). A gente, adulta e criança, que vive na favela de Pirambú, por exemplo, não faz aquele deliciante e disponível footing do pessoal de Iracema.
domingo, 10 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Desculpas....
Bem, devo pedir imensas desculpas à co-autora do blogue e aos leitores por tanta preguiça da minha parte. Prometo ser doravante mais assíduo. Mais uma coisinha: gosto do tom das postagens da minha colega, da sua atenção pelas microcoisas que são, sempre, afinal, macrocoisas. Voltarei.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Pelo retrovisor
Uma das minhas distrações a cada semáforo fechado é ver o que fazem os motoristas no carro detrás. Observações dos últimos dias, cenas comuns.
Um mulher aparentemente vaidosa, bem arrumada, conferia no seu retrovisor a limpeza dos dentes... e não exatamente dos dianteiros.
Um casal parece discutir, ele dirigindo, exaltado, gesticulando. Ela quieta, com o cenho fechado, olhando para a janela.
Outra mulher, jovem, canta com empolgação a música que ouve, batucando no voltante ao seu ritmo. O sinal abre, eu parto. Ela distrai-se e só sai quando lhe buzinam.
Uma mãe tenta manter os dois filhos pequenos no banco traseiro sob controle. Contorce-se para arrumá-los, tenta bater neles, vejo um deles com a boca muito aberta, a gritar ou chorar e ela voltando a atenção para o semáforo a esbravejar. Voltei no tempo.
E sempre há os que fazem a habitual limpeza nasal também no semáforo, os que procuram coisas na bolsa ou pelo carro, os que olham para o semáforo fixamente quase sem piscar, os que estão sempre atentos aos motoristas do carro ao lado, sobretudo os do sexo oposto, e os que se distraem olhando para o nada, perdidos em pensamentos, como eu... E em cada carro, todo um universo de pessoalidades.
Um mulher aparentemente vaidosa, bem arrumada, conferia no seu retrovisor a limpeza dos dentes... e não exatamente dos dianteiros.
Um casal parece discutir, ele dirigindo, exaltado, gesticulando. Ela quieta, com o cenho fechado, olhando para a janela.
Outra mulher, jovem, canta com empolgação a música que ouve, batucando no voltante ao seu ritmo. O sinal abre, eu parto. Ela distrai-se e só sai quando lhe buzinam.
Uma mãe tenta manter os dois filhos pequenos no banco traseiro sob controle. Contorce-se para arrumá-los, tenta bater neles, vejo um deles com a boca muito aberta, a gritar ou chorar e ela voltando a atenção para o semáforo a esbravejar. Voltei no tempo.
E sempre há os que fazem a habitual limpeza nasal também no semáforo, os que procuram coisas na bolsa ou pelo carro, os que olham para o semáforo fixamente quase sem piscar, os que estão sempre atentos aos motoristas do carro ao lado, sobretudo os do sexo oposto, e os que se distraem olhando para o nada, perdidos em pensamentos, como eu... E em cada carro, todo um universo de pessoalidades.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
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