sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Academia

Durante a estadia em um outra cidade, não quis abrir mão dos exercícios e resolvi frequentar temporariamente uma academia próxima. Ambientes sempre iguais esses. Ou não.
Aqui estou no meio de muitos homens assumidamente gays e muitas mulheres arrumadas, que não tiram as jóias para exercitarem-se, a desfilar por entre os aparelhos de musculação. Uma menina pequena, cujo corpo escapa ao estereótipo de "rata de academia", tem estado lá todos os dias a correr desesperadamente na esteira numa velocidade que parecia alta demais para suas curtas pernas, saindo dela para outro aparelho aeróbico e depois outro. Um rapaz esguio fez-me sorrir discretamente pois corria tal qual uma gazela, passos largos, a erguer alto aos pernas, pescoço esticado. Percebo que a maioria não se alonga, os que o fazem são rápidos e displicentes. Estranhamente, são muitos os que entram e saem sem transpirar, tendo feito apenas algumas séries de musculação e aproveitado a academia mais como espaço de convivência do que como outra coisa. Não há instrutores, a não ser um único que circula pelo salão e tem ar de dono do lugar. Todos olham-se a si mesmos e reciprocamente, namoram-se, invejam-se, orgulham-se. Culto ao corpo, a meca pós-moderna da saúde(?) e da vaidade. Uma academia típica, como outra qualquer.

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