segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Demonstrações públicas de fé às vezes nos levam ao riso...

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Regionalismo universal


Tereré é uma bebida de origem indígena, típica desta região onde moro, próxima à fronteira com o Paraguai, onde também se filosofa.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Acácias de Maputo

As acácias de Maputo são belas, sabia? Saborei-as neste pequeno vídeo que fiz numa das avenidas desta índica cidade:

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Fortaleza


Quando recentemente estive em Fortaleza, lá no norte marítimo do Brasil, comparei a cidade que via de dia em seu buliçoso ar e o mundo das favelas que vi apenas uma vez de noite (vive em favela um em cada três habitantes da cidade, há cerca de 700 favelas). A gente, adulta e criança, que vive na favela de Pirambú, por exemplo, não faz aquele deliciante e disponível footing do pessoal de Iracema.

domingo, 10 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Desculpas....

Bem, devo pedir imensas desculpas à co-autora do blogue e aos leitores por tanta preguiça da minha parte. Prometo ser doravante mais assíduo. Mais uma coisinha: gosto do tom das postagens da minha colega, da sua atenção pelas microcoisas que são, sempre, afinal, macrocoisas. Voltarei.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pelo retrovisor

Uma das minhas distrações a cada semáforo fechado é ver o que fazem os motoristas no carro detrás. Observações dos últimos dias, cenas comuns.
Um mulher aparentemente vaidosa, bem arrumada, conferia no seu retrovisor a limpeza dos dentes... e não exatamente dos dianteiros.
Um casal parece discutir, ele dirigindo, exaltado, gesticulando. Ela quieta, com o cenho fechado, olhando para a janela.
Outra mulher, jovem, canta com empolgação a música que ouve, batucando no voltante ao seu ritmo. O sinal abre, eu parto. Ela distrai-se e só sai quando lhe buzinam.
Uma mãe tenta manter os dois filhos pequenos no banco traseiro sob controle. Contorce-se para arrumá-los, tenta bater neles, vejo um deles com a boca muito aberta, a gritar ou chorar e ela voltando a atenção para o semáforo a esbravejar. Voltei no tempo.
E sempre há os que fazem a habitual limpeza nasal também no semáforo, os que procuram coisas na bolsa ou pelo carro, os que olham para o semáforo fixamente quase sem piscar, os que estão sempre atentos aos motoristas do carro ao lado, sobretudo os do sexo oposto, e os que se distraem olhando para o nada, perdidos em pensamentos, como eu... E em cada carro, todo um universo de pessoalidades.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Meus guris*

Juvenis. Dos 10 aos 15 anos, esses já cheios de adultice. Reuniões recreativo-educacionais todos os domingos pela manhã. O que vejo...
A pequena de 10 anos chorou porque não sabia jogar nenhum esporte dos que se jogavam na gincana, mas queria brincar. Ensinar que ela pode aprender.
O pequeno de 11 disse que dorme mal na véspera do domingo porque quer acordar logo para ir às atividades, acorda mais cedo do que em qualquer outro dia da semana.
Com 12 anos, ela passa batom nos lábios antes de começar a jogar e me pede para segurá-los(carrega consigo mais de um) antes de ir.
Aos 13, sempre em grupo, eles são displicentes, aparentemente desinteressados, têm os cabelos desalinhados, compridos e páram sempre recostados, seja nalguma parede, poste ou um nos outros.
Todos querendo - e até precisando de - um líder, querendo imitar alguém, atender a seus comandos, ganhar sua aprovação.
*guri: termo comum ao sul da região centro-oeste(onde estou) e na região sul do Brasil para designar meninos.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Universidade

Sala de aula universitária. Grupos, as chamadas "panelas".
1. Adolescentes recém-saídos da escola, bons alunos, classe média. Assistem aos mesmos programas de TV, lêem revistas semanais para estarem bem-informados, é preciso ter opinião sobre tudo. Hits da internet é assunto recorrente, acontecimentos das noites do fim-de-semana também. Sentam-se sempre juntos, ajudam-se e competem entre si simultâneamente. Sabem de si por comparação, sobretudo quanto ao desempenho.
2. Jovens que estão cursando a segunda graduação, desistiram de outra ou tentam uma nova profissão. Não tão juntos, parecem precisar menos uns dos outros. Sentam separadamente, mas próximos suficiente para um comentário quase sussurrado ser entendido. Preocupam-se mais com a presença que com o conteúdo das aulas. A universidade não é o centro de suas vidas, falam de sobrevivência, trabalho, oportunidades.
3. Aparentemente deslocados, há os flutuantes, não pertencentes a nenhum grupo, transitando entre uma roda de conversa e outra. Sentam-se quase sempre sós, parecem estar sempre apenas de passagem, sem criar laços. Enigmas.

Há inúmeras outras divisões nesse grupo, mas hoje foi essa que eu percebi durante o intervalo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Grande Campo

Camping. Chegar antes do anoitecer para montar a barraca, pressa. Primeiro dia, disposição. Tomar banho frio com alegria, ouvindo conversas alheias. Uma adolescente conta em tom de desabafo como é ridicularizada na sua turma da escola por ser evangélica. Deitar no colchão de ar sob o céu estrelado, ser nada no infinito. Esquecer talheres, comer na panela do vizinho. Parceria. Horizonte verde, sobe e desce dos campos em ondas a perder de vista, reduzir-se. Chuva inesperada, correria, "guarda a toalha!".
Jovens nas barracas ao lado invadem meu sonho ao adentrarem a madrugada falando do futuro, ela ainda vai fazer outra faculdade, ele não quer perder o foco no estudo durante esse ano. Andam sempre em blocos, sempre juntos. Gargalham de um tombo, flertam entre si. Sutilezas. Trouxeram consigo montes de biscoitos doces recheados, raramente estão com as mãos vazias, bocas sempre ocupadas, a falar, a comer - a beijar? -, fome de vida. Quase zumbis pela manhã, elétricos à noite.
Desmontar barracas, não deixar rastro de presença, recolher pertences, despedir-se. Voltar à vida de muita informação e pouco contato, do "eu" gigante e espaçoso, do falho olhar. Não. Seguir a viajar na vida, a vidar nessa longa viagem.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Almoço

Almoçávamos num restaurante simples e simpático, sentados numa mesa na calçada, separados dos transeuntes por uma grade. Entretidos na conversa, não percebemos quando parou à beira do portão um homem alto, moreno, maltrapilho e nos fitou, pedindo, então, a comida que havia sobrado da nossa refeição. Virei-me para o outro lado à procura da garçonete, para pedir-lhe que colocasse tudo numa vasilha que ele pudesse levar. Ela não me via, custou um pouco a me atender. Passaram-se alguns segundos ou minutos algo desconfortáveis para todos e antes que ela viesse a mim ele se foi. Não sei como ele interpretou meu gesto, penso agora. Ficamos ali sentados, instalado o desconforto, marcados pelo resto de orgulho daquele homem, resto engolido para ele pedir o nosso resto de comida, mas que serviu para tentar, talvez, preservar seu resto de dignidade. Talvez - talvez - aquela incômoda espera, aquela momentânea e fugaz convivência, significaria ter que aceitar outros restos de nós, os que sentamos confortavelmente do outro lado da grade.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Caminheiro do banal


Ruando e avenidando por esta bela São Paulo (onde me encontro), caminheiro do banal que sou, entrei numa loja de artigos religiosos. E, naturalmente, lá só com a ajuda de Deus o senador Barry poderia ter chegado ao senado norte-americano.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Academia

Durante a estadia em um outra cidade, não quis abrir mão dos exercícios e resolvi frequentar temporariamente uma academia próxima. Ambientes sempre iguais esses. Ou não.
Aqui estou no meio de muitos homens assumidamente gays e muitas mulheres arrumadas, que não tiram as jóias para exercitarem-se, a desfilar por entre os aparelhos de musculação. Uma menina pequena, cujo corpo escapa ao estereótipo de "rata de academia", tem estado lá todos os dias a correr desesperadamente na esteira numa velocidade que parecia alta demais para suas curtas pernas, saindo dela para outro aparelho aeróbico e depois outro. Um rapaz esguio fez-me sorrir discretamente pois corria tal qual uma gazela, passos largos, a erguer alto aos pernas, pescoço esticado. Percebo que a maioria não se alonga, os que o fazem são rápidos e displicentes. Estranhamente, são muitos os que entram e saem sem transpirar, tendo feito apenas algumas séries de musculação e aproveitado a academia mais como espaço de convivência do que como outra coisa. Não há instrutores, a não ser um único que circula pelo salão e tem ar de dono do lugar. Todos olham-se a si mesmos e reciprocamente, namoram-se, invejam-se, orgulham-se. Culto ao corpo, a meca pós-moderna da saúde(?) e da vaidade. Uma academia típica, como outra qualquer.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Catador em São Paulo


Frequente aqui em São Paulo, onde me encontro,ver os catadores carregando o que os leitores estão a ver. Tirei a foto hoje.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ao lado

Viagem interestadual de ônibus, cerca de 1000 km para quem vai fazer o maior trajeto. Muitas senhoras de idade, duas delas sentadas próximas a mim. Reparo que muitas usam tênis, mesmo que destoe da roupa que usam, certamente pelo conforto que merecem os pés que já caminharam tanto. Uma delas sentada do outro lado do corredor, viaja com o marido, que apresenta alguma surdez e um problema de memória, pois pergunta a mesma coisa a ela várias vezes, ao que ela sempre responde pacientemente, rindo para nós. Bem-humorada, refere-se a ele em tom de brincadeira como o seu "bebezão". "Não é fácil viajar com esse meu 'malão'!", ria-se.
Sentávamos nas primeiras poltronas, tendo inteira vista da estrada e mais uma vez ela demonstra boa disposição: "Mas olha que boa essa estrada reta para caminhar a pé, né?". Tão boa companhia, nunca desagradável, do tipo que faz-nos sorrir sinceramente, por dentro e por fora. "Morei 25 anos em São Paulo e não queria sair de lá de jeito nenhum. Depois que saí, nunca mais quis voltar", contou, ao que respondeu apenas com um "hum" a outra senhora sentada ao meu lado, um pouco mais nova e com características físicas indígenas, todo o tempo seca, embora nunca mal-educada. Respondia às tentativas de conversa da primeira com simples "sim", "não", "é...".
Gente.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Braga

Estou em Braga, uma cidade nortenha de Portugal. O que é Braga? Braga é a história - especialmente de fácies religioso - com um enxerto da modernidade e, aqui perto do meu hotel, com a presença da McDonald's. A bela arquitectura portuguesa é abraçada pela globalidade viária. Tenho wireless num hotel que faz docemente lembrar uma castelo ou o interior de uma abadia e cuja sala de refeições tem o gótico beijado pelo néon da actualidade.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Hippies

Sinal fechado, atravessa a rua um casal com 3 crianças pequenas, uma delas no carrinho de bebê. O pai leva uma pela mão e outra no colo. A mãe empurra o carrinho e carrega um painel de pano onde expõe as bijouterias artesanais que provavelmente ela mesma faz. Estão um bocado sujos - mas não maltrapilhos -, provalmente por sentarem no chão das calçadas e das praças onde expõem seus trabalhos. Sentam-se numa lanchonete na esquina, ofertam aos que ali estão. Hippies que não viram nos filhos uma privação, que não deixaram de tê-los para viver sua liberdade 'fora do sistema' tanto quanto acham possível. A criança maior insiste, quer um X-salada.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Dois museus

Um museu de arte contemporânea e um museu de história natural ficam num grande parque aqui na minha cidade. Aos fins-de-semana entra muita gente no museu de arte, a maioria pela primeira vez. Circulam pelas salas todas, olham tudo, leem os folhetos, olham, olham, às vezes também tentam entrar pela porta que dá acesso ao setor administrativo do museu. Depois de tudo olharem, intrigados, aproximam-se dos atendentes: "Mas onde estão os bichos?"

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Descascar a rotina quente

Escreveu a Yla sobre o aeroporto da sua cidade.
Na cidade de Tete, minha terra natal, havia dois acontecimentos anuais, lá nos tempos, faz muito tempo já: a chegada da canhoneira resfolegante com suas rodas taf-taf-taf carregada de cocos e vinda do Chinde e a chegada do avião da então DETA, hoje LAM. Acho que todos esperávamos esses momentos empolgantes, mágicos, o barco e o avião, vindos de misteriosos lugares de sonho. Com espanto e esperança descascávamos momentaneamente a rotina quente - porque quente, mesmo quente é a minha terra -, virávamos brisa e no barco e no avião semeávamos aquela esperança viva das terras pequenas: a de conhecer o horizonte um dia. Partido o barco, voado o avião, Tete voltava a enroscar-se na mansidão da vida, Zambeze na rotina, serra da Caroeira mirando-nos preguiçosa, embondeiros cuscando o tempo, espíritos manhungwe saciados por algum tempo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Aeroporto

O aeroporto da minha cidade, de quase 800.000 habitantes, passa a maior parte do seu tempo vazio, com picos de movimentação esparsos. Estive ali num desses momentos. São apenas 2 salas de embarque e 2 de desembarque. Dois eram os voos (sem acento!) de partida e 3 os de chegada, num intervalo de uma hora. Perto do portão de embarque, famílias inteiras. Mães, avós, crianças e toda a volumosa bagagem dessa trupe. Não achei quem não estivesse acompanhado de alguém muito próximo com semelhança fisionômica ou aparentando intimidade amorosa. Não eram homens de negócio que partiam daqui. O mês de janeiro explica essa presença.
A pequena revistaria estava cheia. O maior interesse estava sobre a gôndola de revistas de celebridades. Os únicos livros à venda são de leitura leve e/ou gosto duvidoso. Auto-ajuda, relacionamentos, dietas, romances.
Do lado de fora, outro movimento. Principalmente aos fins-de-semana, durante a tarde, nos canteiros que ladeiam a pista que dá acesso ao aeroporto chegam casais, grupos de amigos, famílias, de carro, a pé ou de bicicleta, vindos dos bairros simples da redondeza, e sentam-se ali para simplesmente assistir a aterrissagem e decolagem dos aviões.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Viagens de angústia e tragédia




Nem todas as viagens são agradáveis para os Africanos. Muitas são angústia e tragédia. Saiba por quê e como aqui, em 34 fotos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cada acto está grávido de história

É assim mesmo, viajar na vida, vidar na viagem. As coisas mais importantes são aquelas que, porque adubadas pela rotina, porque pedaladas pelo já visto, nutrem os nossos pequenos passos na vida. O mais espantoso da vida é o banal. A história é bem mais do que a história do importante e dos grandes homens: é a história das pequenas cavilhas, das coisas que fazemos e repetimos. Cada acto está grávido de história, de microfísica de vida, especialmente os actos que não cabem na história dos historiadores. E cada um desses actos guarda, então, uma surpresa. Por isso, como diz a Yla: "(...) quando tudo será igual, mas só para quem não sabe olhar". Viajemos, videmos, nesta geografia dos pequenos actos.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Vamos de ônibus

Cerca de 15 km entre casa e trabalho. Usando o transporte coletivo, precisa-se de pelo menos dois para chegar de um canto a outro. Como estamos em janeiro, mês de férias escolares, os ônibus não lotam tanto em horários de pico.
Fim do expediente comercial, dia ainda claro nessa época do ano, completo pôr-do-sol só depois das 19h. Ao entrar, já se sabe logo de que lado vai bater o sol durante a maior parte do percurso, é o lado dos bancos ainda vazios. Dirijo-me ao fundo, onde a aglomeração costuma ser menor(porque, sem que eu entenda, todos vão ficando pela metade do ônibus, às vezes até chegar ao ponto de não haver como entrar mais ninguém, não por não caber, mas por ficar aquele bolo de gente ali no meio, enquanto no fundo há ainda espaço). Levo bolsa e sombrinha nas mãos. Quando levo cadernos e livros, alguns se oferecem para levá-los, geralmente senhores e senhoras. Um rapaz muito magro, adolescente, sentado, lê com detida atenção dois folhetos sobre suplementos alimentares, produtos comuns entre os frequentadores de academias de ginástica. Mais à frente, onde já não posso ver, atrás de outras pessoas de pé, uma mulher fala ao celular quase aos gritos, um bocado irritada - diz que não vai voltar "lá" para resolver "isso'' de novo, "ele" que se vire sozinho. Muitos em silêncio, com olhar cansado. Descerão a maioria no centro da cidade para apanhar um outro ônibus.
No segundo ônibus, que ruma para o bairro, as pessoas se conhecem, ouve-se o falatório. Uma senhora com jeito simpático, prestativo, ensina em voz bem alta uma receita de solução para gargarejo a um senhor idoso e bastante rouco que está sentado não muito perto dela. No fim da viagem, a cada parada ouve-se uma despedida amigável, com um 'aparece lá em casa!' ou um 'manda um beijo pra sua mãe' aqui e acolá e sempre com um "até amanhã!", quando tudo será igual, mas só para quem não sabe olhar.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pela estrada

Viajar por rodovias brasileiras, uma das coisas de que mais gosto e que não faço tanto quanto gostaria.
Do centro-oeste ao sudeste do país chama a atenção a mudança da vegetação ao longo do trajeto. Saímos do cerrado, com aquelas típicas árvores medianas, esparsas, de troncos retorcidos, vegetação rasteira abundante. Por ser janeiro, época de chuvas, o gramado está verdejante. Campos extensos, sensação de sem fim. Da mão do homem no mato, vê-se muitas fazendas beirando a estrada, muito gado bovino pastando no campo cercado. Plantações de milho, das que eu pude identificar. Cidades distantes umas das outras, poucos postos de combustível.
A paisagem vai mudando aos poucos, começam a surgir eucaliptos plantados ordenadamente. Já se avistam pequenos morros. Pés de laranja igualmente ordenados. Os bois já escasseam. A entrada às cidades se sucedem rapidamente. Entre algumas já não se percebe a divisa, a não ser pela placa indicativa. Mesmo sem placas seria possível saber que se está na região sudeste, mais precisamente a atravessar o estado mais rico do país, São Paulo. Grandes rodovias privatizadas em sua maioria.
Até chegar à serra e avistar os mares de morro de que ouvi falar nas aulas de geografia. Estrada cortando pedras e a sensação de pequeneza no mundo. Mais um pouco e chegar-se ao litoral fluminense.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Chicualacuala

Vamos lá então à viagem.
Sempre achei admirável poder contar algo em poucas palavras. No que me concerne, preciso de muitas para descrever não importa o quê. Mas por vezes aconteceu-me e acontece-me aproximar-me - creio - da pouquidão fotográfica, como nesta descrição de uma pequena vila ferroviária de Moçambique, uma vila chamada Chicualacuala: "O horizonte, um fio de fumo que se avoluma, o comboio que se aproxima. Chiar de freios, vai parando, parou. A vila atraca buliçosa às carruagens. Chicualacuala."

Convite

Acho que essa será uma bela viagem. Por lugares comuns e ao mesmo tempo desconhecidos, cotidianos e esquecidos, um olhar curioso e espantado sobre o habitual, sobre o que nossa mente aprendeu a ignorar, adestrados que somos pela rotina. Aos que quiserem uma carona nesse olhar, está feito o convite.

Desenhos sensoriais

Bem, estou a pensar que a primeira postagem sem tema explícito pode servir, de forma breve, para introduzir o tipo de blogue hoje nascido, blogue de observações, de desenhos sensoriais, de empatia cultural, de trocos bi-nacionais, de empatia, de descobertas das nossas terras, de interface. O que você acha, Yla, você que está no Brasil?