segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ao lado

Viagem interestadual de ônibus, cerca de 1000 km para quem vai fazer o maior trajeto. Muitas senhoras de idade, duas delas sentadas próximas a mim. Reparo que muitas usam tênis, mesmo que destoe da roupa que usam, certamente pelo conforto que merecem os pés que já caminharam tanto. Uma delas sentada do outro lado do corredor, viaja com o marido, que apresenta alguma surdez e um problema de memória, pois pergunta a mesma coisa a ela várias vezes, ao que ela sempre responde pacientemente, rindo para nós. Bem-humorada, refere-se a ele em tom de brincadeira como o seu "bebezão". "Não é fácil viajar com esse meu 'malão'!", ria-se.
Sentávamos nas primeiras poltronas, tendo inteira vista da estrada e mais uma vez ela demonstra boa disposição: "Mas olha que boa essa estrada reta para caminhar a pé, né?". Tão boa companhia, nunca desagradável, do tipo que faz-nos sorrir sinceramente, por dentro e por fora. "Morei 25 anos em São Paulo e não queria sair de lá de jeito nenhum. Depois que saí, nunca mais quis voltar", contou, ao que respondeu apenas com um "hum" a outra senhora sentada ao meu lado, um pouco mais nova e com características físicas indígenas, todo o tempo seca, embora nunca mal-educada. Respondia às tentativas de conversa da primeira com simples "sim", "não", "é...".
Gente.

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